Quando, após a morte de Erik Satie, em 1 de Julho de 1925, seus amigos entraram em seu minúsculo apartamento, sem água nem eletricidade, no n.º 34 da Rue Cauchy, em um subúrbio de Paris, depararam-se com um cenário intrigante onde reinava a maior desordem em meio a qual encontraram uma enorme coleção de guarda-chuvas, com mais de cem peças, outra de lenços, com 84 exemplares, outra de colarinhos de camisa e outra de ternos cinzentos de veludo, todos iguais e sem uso.

Satie não gostava de perder tempo ao decidir que terno iria usar e por isso comprava-os em grande quantidade para usá-los até ficarem puídos.

Havia também desenhos de edifícios medievais, centenas de tiras de papel com anotações enigmáticas como “O meu nome é Erik Satie, tal como o de todas as outras pessoas” e partituras inéditas, incluindo algumas que o próprio compositor julgava ter perdido, como as célebres “Jack in the Box” e a ópera “Geneviève de Brabant”.

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