Ele abandonou o jornalismo e se dedicou às letras, tanto como escritor como editor.
Luiz Fernando Emediato, jornalista de formação, atuou em grandes jornais e emissoras do país. Foi ele quem introduziu a figura do âncora nos telejornais brasileiros. Segundo ele, o apresentador nada era além de um locutor. Isto foi no final da década de 1980 e o âncora escolhido por ele, enquanto era diretor de Jornalismo do SBT, foi Bóris Casoy.
Como ele próprio nos disse, que “não gostava de ser jornalista, queria ser escritor e o jornalismo matou o escritor”, nosso entrevistado se entregou à literatura e isso o ajudou a curar seus males da alma: “eu gaguejava, não conseguia me relacionar com as pessoas. E a literatura foi isso, foi uma maneira de domesticar aqueles fantasmas que dormiam e ainda dormem dentro de mim!”
Durante a época da ditadura neste país, Emediato diz ter sido um resistente: “durante a ditadura, enquanto amigos meus tinham ido à luta armada tentando ingenuamente derrubar os militares pelas armas, eu fiquei na mesma luta, mas usando a palavra, eu não tinha muita noção do perigo!”
Luiz Fernando Emediato hoje é também editor e dono de sua própria editora. Sobre isso ele confessa: “os livros que vendem te dão dinheiro para publicar aqueles que têm grande qualidade e nem sempre vendem.” E sobre a literatura brasileira atual ele provoca: “o que temos hoje são jovens imitando Rubem Fonseca na literatura policial, fazendo livros de mistério. A literatura brasileira está em crise!”
Nosso convidado finaliza suas provocações com sua resposta do que é a vida: “A vida é uma dádiva, mas também é uma dúvida!”
Abujamra lê Sérgio Lara.
Programa exibido em 07/10/2014.