“Existe o diretor que está servido ao teatro e o diretor que está se servindo do teatro”, provoca a entrevistada Renata Pallottini. Aos 80 anos, a dramaturga revela como nasceu a paixão pela escrita: “eu acho que faço o que faço porque fui uma criança solitária [...] e a minha vida é tentar conversar, tentar me comunicar”. Antes de começar a escrever, Renata trabalhou como advogada da API (atual INSS), trabalhando com a classe operária. Quando começou a escrever, declara: “eu pensava no império do texto, eu achava que a palavra escrita era tudo”, mas na prática acabou percebendo que o ator tem uma importância fundamental na dramaturgia. Dentre seus trabalhos, Renata foi roteirista do Vila Sésamo na década de 1970, escreveu diversos livros de prosa e poesia, e deu aulas na Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de Los Baños, em Cuba. Quando indagada sobre seu lugar na literatura poética brasileira, Renata é enfática: “Eu já fui modesta, não sou mais [...] eu sou um dos primeiros.”