E quando pensávamos que não havia mais esperança nos jovens de hoje, surge uma provocadora em Florianópolis que balançou o mundo com sua iniciativa: Denunciar os problemas da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, na Praia do Santinho, em Florianópolis (SC), na qual estudou, por intermédio das redes sociais.
Seu nome é Isadora Faber.
“Tem muita gente que fala que eu estava revolucionando a educação no Brasil, mas pra mim o que eu fiz foi cobrar e correr atrás dos nossos direitos, afinal de contas todos nós pagamos impostos”, diz Isadora quando questionada sobre sua atitude revolucionaria.
Isadora Faber explica como surgiu a ideia do Diário de Classe: “Minha escola já estava destruída e os problemas estavam incomodando. Então, eu conversei sobre isso com minha irmã mais velha e ela me mostrou o blog de uma menina escocesa, Martha Payne, que reclamava das merendas das escolas britânicas e mobilizou a comunidade pra conseguir resultados. Então decidi criar alguma coisa parecida só que numa rede social, que pra mim era mais fácil”.
Abujamra pergunta sobre a educação no Brasil, e a jovem Isadora responde: “A educação tem muito que melhorar, começando pela atualização dos professores, com tecnologia dentro da escola, com profissionais na direção mais competentes, falta muito pra chegar onde deveria ser que é educação publica modelo”.
A iniciativa de Isadora dentro do colégio teve algumas consequências, nem todas do jeito que ela imaginava: “Eu pensei que dentro da escola eu seria muito apoiada, mas foi totalmente diferente. Depois de um mês os professores começaram a ir contra, ligavam para os meus pais, diziam que eles poderiam ser presos, que eu estava cometendo um crime e passavam na sala de aula dos alunos mais velhos e diziam que eles podiam até me bater, mas tinham que me fazer parar de fazer o diário de classe. Meus pais começaram a se preocupar, minha mãe levava e meu pai buscava na escola, foi muito difícil, mas eu não quis sair da escola”.
"Sentiu medo?", pergunta Abujamra, e Isadora diz: “Sim, mas nunca pensei em desistir por causa disso.”
Antônio Abujamra lê Alexandre Dumas Filho e Rubens Shirassu Júnio